segunda-feira, 17 de outubro de 2011
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Como identificar os corruptos ?
Por Carlos Chagas
Quando a população inteira foi para a rua, no início de 1984, não era apenas para reivindicar o direito de votar para presidente da República. A campanha das “diretas já” significava mais. Exprimia o cansaço e a indignação nacional diante do regime militar. Cada cidadão que engrossava os comícios monumentais estava dizendo para os detentores do poder algo como: “vão embora!”, “eu não gosto de vocês!”.
Ainda que possa crescer e multiplicar-se, a movimentação prevista para continuar amanhã em diversas capitais, “contra a corrupção”, lembra apenas pela metade sua ancestral das “diretas já”. Porque há 27 anos havia um sujeito específico para os protestos populares, o regime militar. Agora, qual o objeto das manifestações contra a corrupção? Não dá para ser o governo, tendo em vista recentes demissões de ministros e muitos altos funcionários. Muito menos o Congresso, onde convivem personalidades de todos os matizes. Seria injustiça, também, fazer pontaria apenas nos políticos, porque, conforme a natureza das coisas, onde há um corrupto haverá também um corruptor, empresário ou funcionário público. Não há mais ditadura, para acusar os ditadores.
Sendo assim, a “campanha contra a corrupção”, para prosperar, precisa encontrar logo o seu alvo principal. Que tal os bancos? O Poder Judiciário? A imprensa? Quem quiser que arrisque um palpite, mas é preciso classificar os corruptos para que as manifestações prossigam.
OPORTUNIDADE PERDIDA
Não apenas os presidentes da Câmara e do Senado, como também os presidentes das comissões técnicas das duas casas perderam excelente oportunidade de marcar sessões deliberativas para esta semana, envolvendo projetos de alta significação. Seria uma forma de o Legislativo afirmar-se diante da opinião pública, demonstrando que feriados ou dias santos durante a semana não devem nem podem perturbar os trabalhos.
O problema é que não havendo expediente depois de amanhã, quarta-feira, pouquíssimos parlamentares virão trabalhar hoje e manhã. E como não vieram, não terão porque permanecer em Brasília quinta e sexta-feira. Uma semana inteira perdida por conta de um só dia. Marco Maia e José Sarney ficam devendo uma pauta densa e importante para a próxima vez em que um dia santo ou um feriado caírem no meio da semana.
OUTRA VEZ CHURCHILL E MONTGOMERY
Viviam às turras o primeiro-ministro da Inglaterra, Winston Churchill, e o general Bernard Montgomery, vencedor dos alemães na África e na Sicília, chefe de parte dos exércitos aliados na invasão da Europa, vitorioso na progressão pelo território inimigo.
Presunçoso e arrogante, Montgomery reuniu os jornalistas e explicou as razões de seu sucesso: “É porque eu não bebo, não fumo e não jogo”. Churchill, irritado, mandou chamar os repórteres e pediu que anotassem: “Eu bebo, fumo, jogo e sou o chefe dele…”
A historinha se conta a propósito das relações entre o governador Geraldo Alckmin e o ex-governador José Serra…