Valter Pereira disse que, duas semanas após o primeiro turno das eleições, o Hospital Regional, também conhecido como Rosa Pedrossian, anunciou uma forte redução na oferta de leitos sob a alegação de que governo do estado precisava se ajustar aos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. O hospital, que possui 400 leitos, destina pouco mais de 200 ao atendimento público e também suspendeu cirurgias agendadas com pacientes que já estavam internados.
Em 2008, disse Valter Pereira, o governo do estado transferiu a gestão do hospital para uma empresa privada, a Sociedade Paulista do Desenvolvimento da Medicina (SPDM), "ao preço de um milhão de reais por ano". A contratação gerou suspeitas, disse o senador, pois a empresa que assumiu o hospital estaria inscrita no cadastro de inadimplentes e, assim, impedida de celebrar o contrato. O governo também gastou R$ 1,73 milhão com uma outra empresa para fazer análise da água utilizada pelo hospital em hemodiálise.
- Acontece que o estado já vinha prestando tais serviços através do Laboratório Central, o Lacen - afirmou.
Já o Hospital Universitário, segundo Valter Pereira, dispõe de "todo aparato tecnológico, mas os setores de hemodinâmica e a radioterapia estranhamente estão desativados, e não por falta de profissionais concursados". Segundo o senador, "o mamógrafo do hospital nunca foi acionado para funcionar e deve ter perdido a garantia do fabricante, os demais equipamentos funcionam com precariedade".
- A questão da saúde pública não é só dinheiro. Se não tem uma boa gestão, a saúde pública, mesmo com muito dinheiro, não consegue funcionar - afirmou.
Sobre a Santa Casa de Campo Grande, Valter Pereira disse que o hospital, "a despeito de ser um dos maiores do Centro-Oeste, encontra-se lamentavelmente em coma". O senador disse que a crise não é nova, mas que as dificuldades agravaram-se em 2004. Em 2005, com uma dívida acumulada de R$ 50 milhões, contraída junto a bancos e fornecedores, o hospital teve intervenção decretada pelo governo estadual e pela Prefeitura de Campo Grande, que antes da medida prometeram "tirá-lo do atoleiro".
- Foi um abraço de tamanduá - disse Valter Pereira, criticando a intervenção na maior e mais tradicional instituição beneficente do Mato Grosso do Sul.
Em aparte, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) disse que as Santas Casas precisam receber apoio do governo federal, "pois são extremamente necessárias e indispensáveis à saúde publica brasileira, e simbolizam o que tem de melhor na medicina" do país.
Em resposta, Valter Pereira disse que a intervenção na Santa Casa de Campo Grande não garantiu os recursos necessários ao saneamento da instituição, como fora prometido pelas autoridades.
- A intervenção da prefeitura e do governo do estado conseguiu lançá-la no precipício - afirmou.
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