O governador afastado e seus advogados consideram essa conversa - gravada com o aval da PF - o elemento complicador no inquérito conduzido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O fato derruba a versão de que as acusações são relacionadas à campanha de 2006 e não passariam de crime eleitoral. O diálogo seria a prova da existência de um esquema de corrupção no governo.
Na conversa, Arruda pergunta a Barbosa: "Aquela despesa mensal com político sua está em quanto?" E completa: "Deixa eu te perguntar, nesse valor aqui de nove, novecentos... novecentos e noventa e quatro, você já pegou a sua parte?" Num determinado momento da conversa, ao falar sobre a entrega do dinheiro a deputados, Arruda pede: "Tem que unificar tudo!"
Numa reunião em setembro, antes de aceitar a delação premiada que o levaria a revelar o esquema, Barbosa, então secretário de Relações Institucionais do governo, discutiu com Arruda como resolver sua situação nas dezenas de processos a que responde na Justiça. Em troca, o governador tentava acertar com Barbosa uma saída eleitoral para justificar o vídeo em que recebe R$ 50 mil das mãos dele.
A solução foi o recibo de suposta compra de panetones para o Natal da população pobre a fim de justificar aquele dinheiro. O recibo foi considerado forjado pelo Ministério Público Federal (MPF), que denunciou o governador por falsidade ideológica. Dias depois, Barbosa decidiu colaborar com a Justiça e revelar o esquema do "mensalão do DEM". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
da Agência Estado
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