´´De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.`` Rui Barbosa

terça-feira, 18 de novembro de 2008

"Cuidando de nosas Estradas"

A Polícia Federal desencadeou nesta terça-feira, dia 18, a Operação 334 (alusão ao artigo 334 do Código Penal, que tipifica o crime de contrabando e descaminho), visando desarticular quadrilhas que atuam nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais com o contrabando e descaminho, além de tráfico de drogas, e produtos oriundos do Paraguai.

Após 10 meses de investigação coordenada pela Delegacia de Polícia Federal em Ponta Porã, sediada na fronteira com o Paraguai, a PF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, 14 mandados de prisão e 19 indiciamentos em três estados (MS, MT e MG). Entre os envolvidos estão um Policial Rodoviário Federal e um cidadão paraguaio, além de comerciantes e pessoas ligadas ao ramo de transporte. Os crimes imputados aos investigados são: formação de quadrilha, contrabando e descaminho, tráfico de drogas e associação para o tráfico, além de corrupção ativa e passiva e falsificação de documento.

Ao longo da investigação foram realizadas 12 grandes apreensões de contrabando, em sua maioria transportada em ônibus fretados para este fim, além de quatro apreensões de drogas, que totalizaram 52 kg de cocaína e 11 kg de maconha. Com o incremento da repressão ao contrabando na região de Foz do Iguaçu/PR e Ciudad del Leste, no Paraguai, houve um significativo aumento do contrabando na região de Ponta Porã, que passou a ser rota de grandes cargas de mercadorias ilegais que ingressam no país.

Nesse contexto agia a quadrilha investigada pela Operação 334, com suas três vertentes. Em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, o investigado J.C.D., proprietário de um hotel no país vizinho, junto com seus comparsas, organizava a aquisição do contrabando e garantia o seu transporte seguro pelas rodovias brasileiras, já que contava com o apoio de um Policial Rodoviário Federal. Quase todas as apreensões realizadas ao longo da operação ocorreram nos dias de plantão do referido policial na BR-463, no Mato Grosso do Sul.

Junto ao policial atuava seu irmão e sócio em uma revendedora de carros em Dourados/MS. A mesma cidade servia de entreposto para o transporte das cargas, já tendo sido flagrada a ocultação de tais mercadorias contrabandeadas na sede de uma transportadora, que misturava os bens ilegais com outras cargas para serem transportadas até Mato Grosso.

Naquele estado, comerciantes recebiam as cargas e a revendiam em suas lojas e no camelódromo da capital e na cidade de Sinop, no Mato Grosso.

Em Minas Gerais, além de quatro pessoas envolvidas com o contrabando oriundo desta região de fronteira, outro grupo, também ligado ao investigado, J.C.D., negociava principalmente cocaína, tendo sido interceptados ao menos três carregamentos da droga para aquele Estado. Na região da grande Belo Horizonte, o grupo agia com o apoio de um ex-policial militar, que fazia a segurança dos comparsas.

As medidas de busca e prisão foram deferidas pela Justiça Federal em Ponta Porã. As prisões são preventivas, sem prazo determinado, e motivadas pela possibilidade concreta de fuga dos investigados, que residem na região de fronteira, bem como para a garantia da ordem pública, já que mesmo com seguidas autuações, os investigados prosseguiram com a atividade criminosa, demonstrando que fazem dos referidos crimes seu meio de vida.A operação contou ainda com o apoio da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que acompanhou as investigações sobre a participação de um dos seus integrantes desde o início dos trabalhos. Até o momento já foram cumpridos todos os mandados de busca e apreensão, além da apreensão de grande quantidade de material contrabandeado e dinheiro.

Quanto aos mandados de prisão, 12 pessoas já foram detidas.

as informações são da Comunicação Social da Delegacia da PF em Ponta Porã

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