A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) entregará ao consórcio que vencer o leilão de privatização uma herança de problemas ambientais e sociais que ainda não foram totalmente calculados. A companhia responde a mais de mil processos nos municípios paulistas e sul-mato-grossenses. Em São Paulo, são 349 ações judiciais e em Mato Grosso do Sul, 746.
Boa parte dos problemas levados ao Poder Judiciário não foi incluída no edital de privatização, publicado segunda-feira. As cidades cobram compensações financeiras e a execução de obras que podem sugar milhões de reais do balanço da Cesp nos próximos anos. A venda da companhia, prevista para 26 de março, provocou uma corrida na região do Alto Paraná. Os municípios sul-mato-grossense, os mais atingidos pela formação do lago da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, participam amanhã de audiência pública na Assembléia Legislativa, na capital Campo Grande.
As cidades exigem do governo paulista a inclusão de pendências no edital, como a ameaça às olarias, que sofrem com a falta de jazidas de argila, e o avanço ainda sem controle das águas do lago, que atinge proprietários de áreas na margem esquerda do Rio Paraná. "A questão principal não é a privatização, mas as garantias de que o desbarrancamento das encostas será resolvido pelo novo controlador. A Cesp não nos dá a solução e no edital não há nenhuma menção a esse problema ambiental", diz Antonio Eduardo Lima Ricardo, prefeito de Anaurilândia. A cidade perdeu 23% do território (65 mil hectares) quando o lago alcançou a cota de 257 metros do nível do mar. Parte dos 90 quilômetros de margem continua a ser levada pela força da água na encosta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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