A Justiça Federal decretou a prisão preventiva do empresário Marcos Valério, alvo maior da Avalanche - investigação da Polícia Federal sobre suposto esquema de fraudes fiscais, extorsões e espionagem do qual o caixa do mensalão seria articulador. Valério foi transferido ontem para a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária.
O empresário foi capturado há 12 dias, em caráter temporário, mas o regime foi convertido em cárcere preventivo. A PF suspeita que ele eliminou documentos que poderiam comprometê-lo e a seus aliados - empresários, lobistas, advogados e policiais federais.
A decisão de mantê-lo preso é da juíza Paula Mantovani, da 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que a estendeu ao advogado Rogério Tolentino, sócio de Valério. A juíza acolheu representação do delegado Rodrigo de Campos Costa, chefe do Setor de Inteligência da PF e condutor da Avalanche. Costa e sua equipe descobriram que, no dia anterior à operação, Valério teria sido alertado e só não escapou porque foi mantido sob severo monitoramento.
Interceptações telefônicas realizadas mediante autorização judicial reforçam a suspeita da PF. "Verifico, pela leitura dos diálogos mantidos entre os próprios investigados Marcos e Rogério, bem como destes últimos com outros interlocutores, no dia anterior ao da deflagração da operação, que o primeiro (Valério) já tinha recebido, de pessoa não mencionada nas conversas, informação de que seria preso, informação esta repassada ao segundo (Tolentino)", assinalou a juíza.
do jornal estado de S.Paulo
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