´´De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.`` Rui Barbosa

domingo, 5 de outubro de 2008

da Istoé


O monstro criou um Brasil melhor

A polêmica carta de 1988 festeja o mais amplo período democrático do país e deixa a lição de que sua pior parte, o engessamento econômico, se deveu a um acordo da elite e não à esquerda.

A Constituição de 1988 comemora 20 anos nesta semana sem ter ficado livre da divisão que marcou sua elaboração. De um lado, a liberdade individual e o respeito às regras da democracia. Ela merece ser festejada, entre tantos outros motivos, porque garantiu ao Brasil a possibilidade de afastar, pelo caminho legal, um presidente eleito pelo voto direto. "Deve-se à Constituição de 1988 a construção de um período democrático sem paralelo na história do País", diz o ex-senador Bernardo Cabral (PMDB-AM), que foi o relator da Carta e ministro da Justiça de Fernando Collor, o presidente que perdeu o cargo após impeachment do Congresso. Desde que ela entrou em vigor, o Brasil teve eleições nas datas previstas, quem ganhou tomou posse e encerrou seu mandato sem ter sofrido tentativas de golpe - e isso, com voto universal, de mulheres, analfabetos e maiores de 16 anos, é algo absolutamente inédito. "Não é à toa que Ulysses Guimarães, presidente da Assembléia Constituinte, a batizou de Constituição Cidadã", diz o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), um dos parlamentares que integraram a Constituinte, na época pelo PMDB.

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