Enquanto o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), confirmou, nessa sexta-feira, a manutenção de acordo com o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), para garantir para a oposição a presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI mista) dos Cartões Corporativos, o líder do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE), afirmou que seu partido quer presidir as investigações. "O PT quer um formato mais eficiente para a CPI", explicou Rands.
Arthur Virgílio já havia cobrado, na quinta-feira, o cumprimento do acordo, pelo qual o PMDB cedeu a presidência da CPI para o PSDB. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) foi a indicada dos tucanos.
– Não somos peteca nem ioiô para ficarmos de um lado para o outro, cada dia com um pretexto novo. Queremos apurar. Se sentirmos que essa lengalenga não pára, a gente apura só no Senado – ameaçou Arthur Virgílio, para quem o protesto ensaiado pela bancada do PT na Câmara não passa de manobra para postergar o início das investigações.
A bancada petista indicou para relator o deputado Luiz Sérgio (RJ) e não teria ficado satisfeita com o acordo, por entender que o presidente da CPI tem poder de decisão maior. O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que "a posição do partido deverá se resolver nos próximos dias". E afirmou que a criação de uma CPI só no Senado "seria ridícula".
Virgílio afirmou que a oposição entra com boa-fé numa CPI em que é minoria, mas, observou, "é preciso haver cumprimento de palavra, decência e generosidade". Marisa Serrano afirmou que, como presidente da CPI, adotará uma posição de equilíbrio. E negou "acordão" para beneficiar políticos do PT e do PSDB.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou a indicação de Marisa e criticou as declarações de Luiz Sérgio. "O que ele quer? Trabalhar com presidente e maioria do governo para não investigar nada? Vamos fazer um trabalho que dignifique o Congresso", disse Simon.
DEM e PSDB já indicaram os participantes da CPI. O presidente do Senado, Garibaldi Alves, aguardará as indicações até terça-feira.
Fonte: Jornal do Senado
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