O deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM, afirmou ontem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao jogar a oposição contra a sociedade, "se porta como animador de auditório, e não como presidente da República". O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que Lula "tem a conformação psicológica e política do demagogo tradicional sul-americano". E definiu: "É o líder negativo. Argumenta para que as pessoas se submetam a ele."
Maia disse que o Brasil está parecendo "um estado nazista, em que um partido se mistura com o poder". Virgílio concordou com Lula num ponto: "O governo do PSDB não fez mesmo essas coisas. O PSDB não comete ilegalidades." Virgílio disse que, no governo, Lula só enxerga a si mesmo: "Ninguém floresce à sombra dele, que vai largando os companheiros pelo caminho à base do eu não sabia".
O deputado fluminense estranhou a vinculação do programa Territórios da Cidadania ao Ministério da Reforma Agrária: "É, no mínimo, esquisito." E plantou a semente da discórdia: "O PMDB, que tem o Ministério da Integração Nacional, ficou de fora. Aliás, as duas bolsas criadas este ano foram para ministérios comandados por petistas", ironizou.
MANIPULAÇÃO
O deputado Antonio Carlos Magalhães Neto, líder do DEM na Câmara, disse que o programa Territórios da Cidadania tem "inconstitucionalidades flagrantes" e notório sentido eleitoreiro. Ele pregou que Lula "tem de ser responsável e respeitoso com a oposição". E constata que o programa foi criado por decreto-lei: "Não foi nem por medida provisória",reclamou.
ACM Neto disse que a oposição agiu de forma equilibrada e responsável, entrando com uma ação direta de inconstitucionalidade para questionar a legitimidade do programa. Segundo ele, a ação do DEM visou a proteger o interesse público "contra um programa que pretende induzir um cenário eleitoral". Cobrou que Lula reconheça o papel da oposição, assim como a oposição reconhece as tarefas do governo.
Agência Estado
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