No dia em que foi preso, 24 de abril, o oficial foi interrogado pela Polícia Federal. Sobre o esquema BNDES ele se esquivou, alegou não saber de nada. Mas admitiu que na véspera, noite de 23, ficou sabendo da ação policial e tentou avisar a cúpula do PDT e da Força Sindical.
O grampo da PF pegou o coronel falando com um cunhado de Paulinho. "É bom avisar o nosso chefe maior", sugeriu o militar. À PF, ele declarou que se referia a Paulinho. Em outra ligação, Consani alertou José Gaspar, vice-presidente do PDT. Gaspar perguntou se a operação tinha a ver com "nosso amigo". À PF, o coronel disse que "nosso amigo" é Paulinho.
O coronel tinha importante participação no esquema do BNDES, segundo a denúncia. "Acompanhava as ações da quadrilha e tinha plena ciência dos crimes praticados", afirma a procuradora Adriana Scordamaglia. "Colaborava com a obtenção de futuros financiamentos junto ao BNDES."
A PF quis saber do coronel o motivo do alerta ao deputado pedetista. "Porque uma pessoa ligada ao Paulinho, que exerce um cargo dentro do partido, estava sendo alvo da operação."
Uma vez, Consani conversou com Brito de França, então assessor do deputado Roberto Santiago (PV-SP). O coronel disse a França que João Moura, o amigo de Paulinho, "com aquele caminho, libera rápido". À PF, declarou: "Eu quis dizer que João estava em Brasília, essa liberação rápida diz respeito à liberação de dinheiro do PAC ou do Ministério das Cidades." Em outro grampo, ele chama o ministério de "pequena mina".
do jornal estadão
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