O relatório da Operação Influenza, da Polícia Federal, contém trechos de ligações telefônicas e cópias de e-mails que relacionam o deputado federal Décio Lima (PT) ao empresário Francisco Ramos, conhecido como Chico Ramos, da Agrenco do Brasil SA - exportadora de grãos suspeita de, entre outras irregularidades, simular negócios com produtores de soja, comprando carregamentos que não existiam. A Operação Influenza investigou fraudes cometidas no Porto de Itajaí e deteve 24 pessoas em junho - incluindo Ramos.
Segundo as conversas gravadas, Décio teria facilitado o acesso do empresário a órgãos do governo federal no período entre 10 de dezembro de 2007 e 6 de janeiro deste ano. De acordo com os trechos (ver reprodução abaixo), até então mantidos em sigilo, o deputado federal, que concorre à prefeitura de Blumenau, teria recebido presentes de Ramos, como notebooks e vôos em aviões fretados.
Além de Décio Lima, o relatório da Polícia Federal cita Jefferson Reichel, assessor do deputado, e Marcelo Sato, genro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento contém mais de 100 ligações telefônicas e e-mails, todos interceptados com autorização da Justiça.
Parte das escutas mostra que o interesse de Ramos no contato com Décio, Sato e Reichel era para buscar agilidade em processos que envolviam a Agrenco. Ramos era o principal acionista da empresa, que almejava produzir biodiesel em Caarapó (MS). Para tanto, segundo o relatório da Polícia Federal, Chico contou com a ajuda de Décio, Sato e Riechel em contatos com o Ibama, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Receita Federal.
Uma das ligações telefônicas interceptadas é usada como exemplo pelos policiais para mostrar a proximidade entre Décio e Ramos. Na gravação, o empresário articula a compra de dois notebooks. Os computadores seriam "um pro Décio e um pro Sato", diz o trecho da transcrição ao qual o Jornal de Santa Catarina teve acesso.
Confira aqui os diálogos.
do diário catarinense
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