Brasília - O presidente do Equador, Rafael Correa, ordenou onteme (23) o embargo dos bens da construtora brasileira Odebrecht, a ocupação das obras da empresa pelo Exército e proibiu que os funcionários da companhia deixem o país. As medidas foram tomadas por decreto, segundo informações da BBC Brasil.
O governo equatoriano exige o pagamento de uma indenização por falhas no funcionamento e paralisação da central hidrelétrica San Francisco, construída pela empreiteira. De acordo com o governo, a San Francisco apresentou falhas e deixou de funcionar um ano depois de serem concluídas as obras.
Paralisada desde 6 de junho, a hidrelétrica San Francisco é a segunda maior do país e o governo argumenta que sua paralisação estaria colocando em risco o abastecimento de energia no Equador.
A Odebrecht também é responsável pelas obras de outra hidrelétrica, uma rodovia e um aeroporto no Equador.
Por meio do decreto, Correa declarou "emergência nacional" para prevenir uma diminuição dos serviços de energia e para "evitar um estado de comoção interna diante da possibilidade de apagões de luz generalizados no território nacional", diz o texto.
Há uma semana, o presidente equatoriano chegou a ameaçar expulsar a empresa se não fosse paga a indenização exigida pelo Estado e disse que a empreiteira está sendo investigada por suposta corrupção. Correa afirmou que algumas obras da construtora foram realizadas "com um terço de capacidade e o triplo de custo". Pelo menos dois diretores brasileiros da empresa estariam impedidos de sair do Equador.
"Estou 'por aqui' com a Odebrecht, quanto mais cavo mais lama encontro (...) Estes senhores [da construtora] foram corruptos e corruptores, compraram funcionários do Estado. O que está sendo feito é um assalto ao país", afirmou, segundo a BBC Brasil.
Com capacidade estimada de geração de 12% do total da energia elétrica consumida no país, a hidrelétrica San Francisco custou US$ 338 milhões para o governo equatoriano.
Da Agência Brasil
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