Sob comando de ex-ministro, Comissão de Ética Pública condenou acúmulo de funções de ministro do Trabalho
SÃO PAULO - O ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República Marcílio Marques Moreira não descarta que a saída dele do cargo esteja relacionada com o fato de o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ocupar, simultaneamente, o comando do ministério e a presidência nacional do PDT. Sob o comando de Marques Moreira, a Comissão de Ética Pública da Presidência avaliou que este acúmulo de funções não era ético e sugeriu ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tomasse alguma providência, o que não ocorreu até o momento.
Ao falar sobre o assunto, no fim da tarde desta quarta-feira, 26, em São Paulo, minutos antes do lançamento do livro Cultura das Transgressões no Brasil, que coordenou com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Moreira afirmou: "Acho que o episódio Lupi é uma pequena parte de um todo mais amplo."
O ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República continuou: "Há pouca sensibilidade da sociedade, do governo e das empresas privadas com relação à ética."
Moreira disse também que ficou frustrado pelo fato de as sugestões da Comissão de Ética Pública não terem sido acatadas pela administração federal. "Saio frustrado, sim, mas também esperançoso de que a ética seja um instrumento de gestão."
Ele disse que se afastou da presidência da comissão, mas que ainda faz parte do conselho. "Achei que era a hora de passar o bastão (presidência) para o ministro Sepúlveda Pertence (novo presidente)."
Agência Estado
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