MACEIÓ - Depois da divulgação, ontem, de gravações de conversas telefônicas sobre cobrança de dinheiro roubado entre políticos de Alagoas, a Polícia Federal ouvirá nos próximos dias o presidente afastado da Assembléia Legislativa do Estado, Antônio Albuquerque (DEM), apontado como líder do esquema. O escândalo veio à tona em dezembro, com a Operação Taturana. Dois irmãos do deputado e a secretária foram indiciados pela PF por envolvimento com desvios, dos cofres de Alagoas e da União, que chegariam a R$ 280 milhões. Nas últimas manifestações, Albuquerque vem negando qualquer irregularidade.
Nos grampos, feitos com autorização da Justiça, entre março e abril do ano passado, o ex-deputado estadual de Alagoas Gilberto Gonçalves (PMN) cobra do diretor de Recursos Humanos da Assembléia, Roberto Menezes, verba desviada. Quero meu dinheiro, que é dinheiro de roubo, de corrupção, diz Gonçalves, exaltado. Os recursos seriam usados para pagar dívidas de campanha. As conversas foram reveladas ontem pelo jornal Folha de S. Paulo.
Em outra gravação, o empresário José Martins Santos Filho discute com o deputado Nelito Gomes de Barros (PMN) a compra de três Ford Fusion - carro de luxo, a R$ 80 mil cada um -, que seriam pagos com dinheiro da Assembléia, para uso de membros da Mesa Diretora. Barros é segundo-secretário da Casa. Na conversa, o empresário comenta: O Albuquerque disse que era para pegar uma para ele, um para você e um para o Amélio. Cícero Amélio, também filiado ao PMN, é o primeiro-secretário da Casa.
O delegado Janderlyer Gomes da Silva, que preside o inquérito da PF sobre a Operação Taturana, confirmou ontem que as gravações estão entre as provas usadas para indiciar deputados estaduais. Dos 27 parlamentares de Alagoas, 12 já foram indiciados, incluindo 5 integrantes da Mesa Diretora. Segundo informou o delegado, trechos desses diálogos foram usados pelo Ministério Público Federal na representação criminal impetrada no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE). O inquérito sobre o caso ainda não foi concluído, mas a PF já indiciou mais de 80 pessoas acusadas de participação nos desvios.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário