O líder da bancada do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), disse na tarde desta quarta-feira (27) que o partido sentiu-se à vontade para tomar a decisão de ceder ao PSDB a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar os gastos com cartões corporativos. De acordo com Raupp, o PMDB agiu "em nome do entendimento", e o fez também porque, tal como ocorre em relação ao atual governo, participou do bloco de apoio à administração Fernando Henrique Cardoso.
- Não somos responsáveis por gastos com cartões. O partido do governo hoje é o PT e o do governo anterior era o PSDB - sublinhou o parlamentar.
A cessão da presidência da CPI, cargo que o PMDB poderia manter por ser o partido de maior bancada na Casa, foi decidida em reunião realizada pela manhã. Segundo Raupp, até o indicado para ocupar o cargo, senador Neuto de Conto (SC), mostrou desprendimento, de forma a que se pudesse evitar a constituição de duas CPIS - a segunda exclusiva do Senado.
- Duas comissões de inquérito seriam um espetáculo teatral. Não iriam apurar nada - disse o líder do PMDB.
Outra prova de que seu partido agiu em busca do consenso, disse o senador, é que o PMDB havia indicado Neuto do Conto somente em razão de ter maioria no Senado, nunca como uma estratégia de enfraquecimento da oposição. Já o PSDB, observou Raupp, lançou candidatos do PMDB à presidência da CPI, o que caracterizou ingerência em outro partido.
- Não temos nada contra os nomes indicados, mas essa foi uma idéia infeliz - afirmou o líder.
Agência Senado
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