´´De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.`` Rui Barbosa

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mensalão: ex-diretora da SMPB diz que seguiu ordens

BELO HORIZONTE - Interrogada ontem (25) no processo do mensalão, a ex-diretora-financeira da SMPB Comunicação, Simone Reis Vasconcelos, disse que apenas cumpria ordens do sócio Marcos Valério Fernandes de Souza e que acreditava que os empréstimos captados junto aos bancos Rural e BMG para o PT faziam parte de uma "prospecção de novos clientes, novos negócios". Ela negou que o esquema tenha envolvido o desvio de recursos públicos e disse que nunca presenciou o transporte de malas de dinheiro da sede da agência, em Belo Horizonte, para Brasília.

Apontada como a principal distribuidora dos recursos a parlamentares, dirigentes e assessores partidários - cerca de R$ 7 milhões -, Simone Vasconcelos responde por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Ao juiz federal Alexandre Buck Medrado Sampaio, da 4ª Vara Criminal, ela disse acreditar que os recursos sacados pelo policial civil David Rodrigues Alves das contas da agência foram repassados ao doleiro Jader Kalid Antonio, a mando de Zilmar Fernandes da Silveira, sócia de Duda Mendonça.

O policial figurou nas investigações iniciais do esquema como responsável por saques que superam R$ 6 milhões e Kalid foi apontado por Valério como o "consultor financeiro" indicado por Zilmar para abastecer a conta Dusseldorf no BankBoston de Miami, nos Estados Unidos. Simone disse que os primeiros repasses ao publicitário Duda Mendonça - a pedido do ex-tesoureiro petista Delúbio Soares e referentes à campanha de 2002 - foram feitos em uma agência do Banco Rural em São Paulo.

Simone disse que não estranhou os empréstimos intermediados por Valério, por meio de suas agências, para o PT, no valor original de cerca de R$ 55 milhões. Apesar de ocupar o cargo de diretora-financeira, ela disse que não sabia dizer qual garantia foi fornecida aos bancos para a aprovação dos empréstimos. "Eu encarei como mais um cliente que estava sendo prospectado. Eu sabia que o Marcos Valério já havia trabalhado com campanhas políticas".

Agência Estado

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